30.7.09

Golpe de Estado

Um gole e um trago
Um bode e um caldo
Um gole e um trago
Um mole e um rato
Um gole e um trago
Um bofe e um rabo

passado, pelas 14:45 2 comentários

8.7.09

próximo

formiga em mim
um desatino, vai me
coçando as veias.

desde menino, caindo
as migalhas de uma
ceia que não é minha.

não sei se fascina assim
a vela amiga que
me pinga a cera.

à mesma hora,
cutuca um estopim que
ralha inteira a mesma missa.

só que não queima agora
a brasa que insinua,
nem incendeia este destino:

é pólvora rasgando
meu sangue
como areia.

passado, pelas 01:01 2 comentários

3.7.09

Dama da Noite

É um almoço que não tem fim
pois se a comida é boa
as palavras maternas
são insossas
são indigestas

É uma tarde que não tem fim
pois se o trabalho é pouco
as idéias são muitas
e o meu troco
não paga a multa

É uma conversa que não tem fim
pois se o idioma é o mesmo
a língua não é igual
cospe à esmo
enrola o substancial

É um sol que não tem fim
pois se há óculos-escudos

a visão não chega ao fundo
a retina não alcança o vital
a retina não alcança o nervo

É uma noite que não tem começo
pois se a lua se impusesse
já seria um recomeço
ainda que nada se propusesse
já seria um ensejo

Porque a noite não se acaba
a noite tão somente
se resguarda

A noite deixa que o dia
faça a sua cama
mas é dela toda a fama

A noite deixa que o dia
seja o seu vigia

Mas o drama
é que o dia se encanta.

passado, pelas 16:33 1 comentários

Links

Arquivo

Powered by Blogger