você plantou seu pé
em frente ao meu,
deu um passo contra o sol
e eu fiquei na sua sombra.
engoliu o ar do espaço
entre nós dois,
fez de conta que não lembra
e eu fiquei na sua sombra.
(na cidade onde eu moro
o calor não entra no escuro
e eu não trouxe casaco para a sombra
nem talento para sobra e não mais
beijei seu ombro)
mas não deu tempo e já faz tempo:
eu te ensinei o pôr do sol,
soprei ar no seu pulmão
- pra ter ar entre nós dois -
e gravei seu nome em pedra.
agora chamo poesia de prosa
e revisei a minha obra:
comprei régua e compasso
e da sua sombra fechada
é só um traço que me lembro.
passado, pelas 00:38
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