Mea maxima culpa

Jamais acreditei no zodíaco. Cético, achava que não havia nada de sobrenatural que pudesse explicar as pessoas. Menos ainda, separá-las em 12 tipos tão específicos. Outro dia, lendo a descrição do meu signo - Virgem - dei-me conta de que eu caibo naquela caixinha como se fosse sua tampa. Pior, devo boa parte dos meus males a isso.

A característica principal do virginiano é a crítica. Critica todos ao redor sem limites, beirando o destrutivo. Não poupa nem os mais próximos e mais queridos. Também critica a si mesmo com veemência, conhece todos os seus defeitos e, por isso, odeia que os apontem. Sim, eu sou um típico Virgem.

Pior que minha sanha em apontar defeitos (ou talvez equiparável a ela) são as minhas características humanas (ou desumanas): sou dado a acompanhar a comédia da vida privada (eufemismo pra dizer que adoro falar mal dos outros) e também me falta uma boa dose de hombridade - não há confronto que eu aceite; sou daqueles que aperta a campainha e sai correndo - e de lealdade.

Em minha defesa, posso dizer que, por mais que eu realmente goste de pouquíssimas pessoas, delas eu gosto sem limites, mesmo se faço o pior comentário e da pior forma. Afinal, eu sou uma pessoa como todas as outras e não há quem não fale mal daquela prima que tanto adora.

Recentemente perdi um amigo. Ganhei experiência. O problema? Apontei uma situação que me incomodava e, além de não ter sido acatado, recebi críticas. É aí que entra toda aquela parte sobre a minha falta lealdade e hombridade. Não me orgulho disso.

Enfim... quem sabe algum dia eu não consiga ser um cara legal? Estou tentando.