8.12.08

A metade de vinte

Eu não tenho nem trinta
E já me sinto tão cansada
Tão precocemente desiludida
Que reluto em sacar a espada
Pra uma guerra vencida

É também o que acontece fora
Eloá, Gabeira, Santa Catarina
Esse eterno-puto-agora
É por certo o que acontece em volta
a gente-rasteira, o trabalho-indigno, a indústria-escola
Deus, eu sinto

E não deixa de ser
O que acontece dentro
Essa ansiedade de enlouquecer
Como se pra mais nada desse tempo

Eu não tenho nem trinta
E sinto essa porra de dor no peito
Sintomatizando toda a sina
Anunciando pragas no campo de centeio

Fosse eu menos ecológica e mais imperialista
Botava fogo em toda a plantação
Aproveitava pra acender um cigarrão
E assistia orgulhosa o aborto da colheita daninha.

passado, pelas 21:04

1 Comments:

At dezembro 17, 2008 11:13 PM, Blogger Soraya disse...

Just perfect.

 

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