7.9.08

saudade não tem fim

saudade, ansiedade, voracidade não tem fim.
a gente se joga nas palavras, nas aspas, nos tapas, nos abre-alas:
mas a verdade é que o samba das pelancas e a bossa-ócia não tem fim.
os meus amigos cadê? minha alegria, meu cansaço? meu amor, cadê você? eu acordei, não tem ninguém ao lado.
eu ando pelo mato, mas a cidade me espreita; eu ando com o saco cheio, mas a novidade me aperreia; eu ando fora do eixo e a ebriedade me enseja.
eu queria ter o corpinho de dez anos atrás e a cabeça de dez anos a frente: e a gente fosse menos que antraz e mais que de repente.
no entanto, todavia, contudo, porém. somos menos que o agora vai e mais que não vai nem.
somos um pouco mais que a veia infartada e menos que a boca enrugada.
somos o fluxo concêntrico: esse intruso excêntrico.
somos as reticências do que juramos, em outros tempos, em outros cantos.
mas sem os prantos e os calos nos dedos: não seria nosso o desarranjo.
sem as laudas de desenganos, seríamos - no máximo - um frango seco (quando é melhor ser um frango ao molho pardo).

passado, pelas 23:17

1 Comments:

At setembro 18, 2008 9:25 AM, Blogger Nexo Grupal disse...

sumistes?!

 

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