É estreita-íngrime-escura
quando antes se espreita
quando depois se reprime
quanto mais obscura
Dá vontade de parar
e voltar
mas já é tarde
Cobrar ou perdoar
à parte
não mata, mas arde
O tempo não perdoa
O tempo passa
e a gente se amassa
seja pela chuva seja pela garoa
seja por
debater-se nos muros
e nas pedras
seja por
deter-se nos furos
e nas quimeras
Do lado de lá
faça chuva ou faça sol
você nâo estará
Mas se em 2012 tudo acabar
e tudo for muito mais infernal
não me leve a mal
nem aí eu mordo denovo seu anzol
Porque se é pra me enrabar
que seja olhando nos meus olhos
e com aviso prévio
Não tem novena
não tem mistério
Eu pouco rogo
e você pouco inventa
Eu sigo porque respiro
Do lado de lá eu chego
com um pouco mais de cabelo
depois de ter engolido
alguns sapos
depois de ter criado
alguns calos
Chega pra lá
eu vou saltar
no próximo ponto
eu posso me atrasar mas
eu atravesso o desencanto
Ao chegar lá
valem mais dois pulmões
que dois corações
valem menos duas caras
que tomar uma gelada
ou pregar os botões
vale mais gol de cabeçada
que prorrogação de opiniões
passado, pelas 21:38
1 Comments:
e volta pro começo
"e morre como se continuasse vivo..."
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