17.1.08

Ao atravessar uma rua de Santa Tereza

É estreita-íngrime-escura
quando antes se espreita
quando depois se reprime
quanto mais obscura

Dá vontade de parar
e voltar
mas já é tarde
Cobrar ou perdoar

à parte

não mata, mas arde


O tempo não perdoa
O tempo passa
e a gente se amassa
seja pela chuva seja pela garoa


seja por
debater-se nos muros
e nas pedras
seja por
deter-se nos furos
e nas quimeras


Do lado de lá
faça chuva ou faça sol
você nâo estará

Mas se em 2012 tudo acabar
e tudo for muito mais infernal

não me leve a mal

nem aí eu mordo denovo seu anzol

Porque se é pra me enrabar
que seja olhando nos meus olhos
e com aviso prévio

Não tem novena
não tem mistério
Eu pouco rogo
e você pouco inventa

Eu sigo porque respiro
Do lado de lá eu chego

com um pouco mais de cabelo
depois de ter engolido
alguns sapos
depois de ter criado
alguns calos


Chega pra lá
eu vou saltar
no próximo ponto
eu posso me atrasar mas
eu atravesso o desencanto

Ao chegar lá
valem mais dois pulmões
que dois corações
valem menos duas caras
que tomar uma gelada
ou pregar os botões

vale mais gol de cabeçada
que prorrogação de opiniões

passado, pelas 21:38

1 Comments:

At janeiro 21, 2008 12:40 AM, Anonymous Anônimo disse...

e volta pro começo

"e morre como se continuasse vivo..."

 

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