comecei a prece pedindo pra ter de novo
sete anos -
aí parei.
o que eu queria, meu senhor,
era um pé de serigüela,
fosse o da vizinha!, como era,
pra ter com quem conversar.
exemplo: um origami sempre é um desafio.
nada do que eu aprendi sobre a vida
até os sete anos
foi revisado como devia, estudado, decodificado.
eu nunca fui mesmo um bom aluno, dedicado,
desses de perder fuga.
e um conselho: se não praticar,
um origami fica cada vez mais difícil.
envelhecer bonito, se não meta,
era coisa boa de se conseguir.
bonito e envelhecer, dizem lá pras bandas
do outro lado do rio, são perspectivas, não verdades.
toda a flora que pipoca na minha cabeça,
com plantas-idéas que vão crescendo, crescendo, crescendo,
não pode ser podada.
eu não consigo cortar.
o físico que analisou as condições de resistência
do meu crânio - às plantas, às idéias -
receitou topiaria e repouso.
estou seguindo o tratamento.
um dia, enquanto dobrava,
ouvi uma música, assim:
joana, não brinca na chuva!,
joana, não vai se molhar,
não fica correndo na chuva, joana!,
senão vai adoentar.
e achei tão triste a vida de joana
que chorei.
o fato é que eu não consigo me lembrar
- sempre -
do pássaro que bate as asas. começo com um quadrado
e a seqüência se insinua, mas não se completa
na minha cabeça.
passado, pelas 17:36
3 Comments:
spondeas purpurea?
até o sete anos: tão rápido, engolido e traçado - ultra-passado. devo ter parado há uns sete anos - falta tatuar isso, tinha esquecido (este é o ano).
chorei anteontem vendo Ray. acho que esse ano devo operar - já to vendo chuvinha de risquinhos, medo.
T.
Insinuar é bom camarada. É bom.
obra de arte, penso.
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