antes de sair, vou deixar o sapato
na porta,
que é onde deve ficar.
vou arrumar um novo molho de chaves
e destrancar as portas, as janelas, os cofres,
vou trocar todas as fechaduras do meu corpo.
sempre que penso em ir embora,
a água da minha pia se desdobra em maremoto,
envia uma onda que me busca
e quebra no meu quarto, inundando
tudo o que tenho de mais frágil.
vou desligar o gás e manter aceso o fogo
que tenho nas veias.
os últimos recados estarão colados na porta da geladeira,
as contas, os telefones de tele-entrega, os de emergência.
ao lado da minha cama, uma muda de roupa e um bilhete
- esse para mim mesmo.
pretendo voltar.
passado, pelas 00:45
4 Comments:
gostei muito daqui.
amigo do gustavo, han?
legal.
epois me visita lá no powerbossa, se é que já não o fez.
o/
me lê.
pretendo.
Pois já tranquei as portas e escondi as chaves. Só não vi de que lado fiquei. Por dentro ou por fora, nem sei. VOCÊ ME DÓI A CUCA E ISSO É GRAVE...
:')
as coisas estão todas lá, sempre matando e renascendo a saudade
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