14.8.07

Num adianta, que esse é o nosso romantismo, a gente sempre vai pintar as pessoas de quem a gente gosta.

Saíram ainda muitas outras coisas, genial como em meio a tanta diferença cabiam muitas parecenças. Sobe e desce o copo americano, some e aparece, senta e levanta, desliza a mão no cetim florido, deslizam nas palavras e recaem no desejo. Vãs teorizações...


Em casa, quando deitou veio de imediato aquela coisa na cabeça: sempre iria pintar as pessoas. Tinha verdadeiro fascínio por cores. O jogo de combinações, as diferentes nuances e texturas, em lápis, linhas, tecidos e tintas. Lembrou das tintas que vira na vida. Era muito tátil, vinha logo a textura. Se ajeitou e o cheiro do cheiro invadiu as narinas, era muito olfativa, também.


Em sonho, pintou as pessoas, literalmente. Acordou embriagada de cores. Certamente era fim de tarde, muitos tons em diferentes potes escorregando de macios pincéis, firmes mas suaves em suas mãos, horas livremente, outras preenchendo delicados contornos em nanquim sobre as peles. Muito azul e branco, e aí a memória resgatou a vitrola laranja da infância rodando Paulinho da Viola no canto. E tinha também alguns olhares acolhedores vez por outra, ouviu a risada do cheiro ainda impregnado, já acordara mas remanchava, isso já eram associações bem acordadas. Acordos tácitos...


Dali em diante, sabia, recairia em zil ses e senões. Passaria dias a fio fazendo e desfazendo suposições, como quando ficava treinando aquele pronto de crochê. E de nada adiantaria. De concreto, só as memórias borradas de um gole a mais de cor na sua madrugada de 6ª feira.

passado, pelas 19:05

2 Comments:

At agosto 16, 2007 2:49 PM, Blogger passado disse...

Entendo, cinzamente.

 
At agosto 19, 2007 2:16 PM, Anonymous Anônimo disse...

hum, vc esta aqui!

ueba!

 

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