para fredrik boethius
tirou uma moeda da cartola e disse, sou alheio.
acendeu um cigarro no fogo que soltava pelos olhos e disse,
sou poeta.
brincou de corrida no parque,
quietou-se, brincou de corrida na praça.
cuspiu uma moeda na fonte do cemitério e disse, prazer,
sou de todos.
pintou-se de corrida em frente ao mausoléu e pensou, sou tolo, mas sou feliz;
sigo.
plantou esperança
no coração de uma pedra, que disse, sou eterna.
cantou bem baixinho a canção que todos conheciam
e disse, sou do mundo.
abriu uma fresta na nuca de cada estrela e encantou. fez-se festa.
o dia em que parou e pensou, realizou que um sonho
como aquele, de poeta,
era muito mais que o pássaro em chamas, como olhar,
como flecha:
sentou e creditou ao fogo, ao amigo do fogo e aos que queriam o fogo
uma máxima de amor e pedra, eternizou-se.
passado, pelas 00:29
2 Comments:
cabecinha no ombro. sorriso.
"as pedras falam e eu calo".
ponto de mutação.
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