para minha mãe
Entrego as armas ao irmão que não tenho. Entrego-as hoje para amanhã pensar sereno. Como as gotas que caem quando a gente chora e chove. Como aquele sangue que corre e não deixa senão o vermelho.
Assim me despeço do medo. Sem a coragem dos bravos, mas breve enquanto é tempo. Outro dia entendi que não há nada além do risco. De ser para o que não se sabe. De dar-se para o que nunca é seu.
Porque ali onde a gente planta abrigo, nasce colo. Novo ainda e macio. Embalado por notas de canção e cânfora. Um pouco de si na intimidade do corpo alheio. Novelo de coisas tantas e das pessoas afora e fora de nós.
Vejo o sol nascer e é o dia-a-dia da lida que me faz crer. Nada acima mais que ao lado. Só o muito de caminharmos e as mãos dadas por toda a estrada.
Não me apego aos cabelos.
Desaprendo o belo.
Espero.
passado, pelas 12:24
3 Comments:
o que é belo é sempre belo. reaprende-se.
saudades de vc. da poesia que é estar com vc. te amo. e amei isto (denovo).
saudades de vc. da poesia que é estar com vc. te amo. e amei isto (denovo).
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