20.7.07

para minha mãe

Entrego as armas ao irmão que não tenho. Entrego-as hoje para amanhã pensar sereno. Como as gotas que caem quando a gente chora e chove. Como aquele sangue que corre e não deixa senão o vermelho.

Assim me despeço do medo. Sem a coragem dos bravos, mas breve enquanto é tempo. Outro dia entendi que não há nada além do risco. De ser para o que não se sabe. De dar-se para o que nunca é seu.

Porque ali onde a gente planta abrigo, nasce colo. Novo ainda e macio. Embalado por notas de canção e cânfora. Um pouco de si na intimidade do corpo alheio. Novelo de coisas tantas e das pessoas afora e fora de nós.

Vejo o sol nascer e é o dia-a-dia da lida que me faz crer. Nada acima mais que ao lado. Só o muito de caminharmos e as mãos dadas por toda a estrada.

Não me apego aos cabelos.

Desaprendo o belo.

Espero.

passado, pelas 12:24

3 Comments:

At julho 24, 2007 12:33 AM, Anonymous Anônimo disse...

o que é belo é sempre belo. reaprende-se.

 
At julho 26, 2007 9:47 PM, Blogger J. disse...

saudades de vc. da poesia que é estar com vc. te amo. e amei isto (denovo).

 
At julho 26, 2007 9:47 PM, Blogger J. disse...

saudades de vc. da poesia que é estar com vc. te amo. e amei isto (denovo).

 

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