Antes que falência de mim.
Eu falo pelos cotovelos e penso em atropelo.
Há voz no meu coração, mas é rouca, é pouca.
É um sopro no olho do furacão.
Porque é tudo politicamente correto.
E sobretudo, é protocolo.
É certo que eu embolo.
Porque eu estou bolada.
Alguma coisa acontece no meu coração,
mas é em off.
Cof, cof, cof.
Matemos a charada.
Na bastilha, o código decodifica-se
nas entrelinhas.
A palavra solta, o verbo desenfreado
bem como a mudez mordaz
são as grades de uma mesma prisão.
É nesta cela em que padece a intenção
mais sagaz.
Mas não chorarei
pela saliva derramada,
pelo latim desgastado.
Nos bastidores, o texto é o sub-texto.
Nu e cru, sem ardores.
Se até Deus precisou de luz
para fazer tudo do nada,
enquanto houver trevas é só ensaio.
Depois do fim do mundo,
eu falarei pouco e bem.
Eu farei juz ao além.
Depois do fim do mundo,
o dito não ficará pelo não dito.
passado, pelas 18:49
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