24.4.07

Antes que falência de mim.


Eu falo pelos cotovelos e penso em atropelo.

Há voz no meu coração, mas é rouca, é pouca.

É um sopro no olho do furacão.

Porque é tudo politicamente correto.

E sobretudo, é protocolo.


É certo que eu embolo.

Porque eu estou bolada.

Alguma coisa acontece no meu coração,

mas é em off.

Cof, cof, cof.


Matemos a charada.

Na bastilha, o código decodifica-se

nas entrelinhas.


A palavra solta, o verbo desenfreado

bem como a mudez mordaz

são as grades de uma mesma prisão.

É nesta cela em que padece a intenção

mais sagaz.


Mas não chorarei

pela saliva derramada,

pelo latim desgastado.


Nos bastidores, o texto é o sub-texto.

Nu e cru, sem ardores.

Se até Deus precisou de luz

para fazer tudo do nada,

enquanto houver trevas é só ensaio.


Depois do fim do mundo,

eu falarei pouco e bem.

Eu farei juz ao além.

Depois do fim do mundo,

o dito não ficará pelo não dito.

passado, pelas 18:49

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