para maria alice
era uma alegria
- não. era diferente,
pois alegria ainda não era conceito
aos quatro anos.
era uma coisa boa, como é
coisa boa mamãe me beijar nas narinas,
entrelaçar as cordas do balanço pra girar,
ficar sem respiração de tanto correr.
era uma agonia doída de tão correta,
meus dedos eram agora levados por
minha cabeça
- eu, daqui de cima, vos ordeno.
letra por letra, e eram incontáveis dez,
escrevi.
entendi meu nome como quem entende
não o de uma rainha
mas de uma estrela, de uma flor.
entendi meu destino em cada traço e em
cada pingo, cada curva tortuosa de uma consoante.
era mãe e era lírica,
era boa, era boa.
passado, pelas 16:52
3 Comments:
Era boa a genética. Era boa a estética.
É.
É teu o filho, meu irmão.
De verso.
Eu: maldito.
Tu tão lírico.
coisa mais linda esse texto.
até imagino a leveza de maria alice. :)
lógico que vai, né. não tenho o que dizer: leva pro expresso 333.
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