ou a arte de descer para cima
aprendi a enterrar, ao invés de ossos,
cinzas,
contrariando o código vira-lata dos meus órgãos.
mesmo sabendo que não só de pão o homem viverá,
recuso a palavra
- por não saber usá-la em termos práticos:
quinze e trinta e o evangelho segundo os meus
não me assalta.
um dia
foi preciso olhar para trás
para não se ver no espelho.
viu os calcanhares e percebeu
que eram eles, não os dedos ou as veias
ressaltadas,
que o mantinham de pé.
confundiu minuano e labareda
e saiu flamejando,
bandeira de um povo que é só,
em si, povo de um só.
não quero ter brasão para não me apegar.
os que nascem de mim, poucos, vão se
esvaindo.
e eu, pós-trauma, dramático,
enterro meus filhotes para não imolá-los.
o menino sentado no muro ouviu a sirene
do colégio
e saiu correndo,
certo de que tinha muito o que aprender.
passado, pelas 02:23
3 Comments:
povo de um só. povo que somos.
poema-escudo-labareda.
povo de um só. povo que somos.
poema-escudo-labareda.
sebo nas canelas
na goela
soberba
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