16.11.06

No bucho, um aquário de reticências.


Você me pergunta:

Pra quê tanta aventura?

Porquê, porquê eu quero

um filme surrealista?


Eu quero.

E ponto.


Ponto não, reticências, vírgula.

Asteriscos, aspas, parênteses.

Um novo alfabeto, parente

do Cirílico.

Não ligo.


Ligo para o psiquiatra, só há data

para um mês.

Neste mundo só tem vez

a loucura.

Desligo.


Você liga.
Acha que tenho cura.

Você não pergunta, determina

que eu preste atenção,

que esta não é a estética.

Eu, antes autista que sem consideração,

leio em uma revista,

de estética piauiense,

que o signo de aquário não existe.


Não insista, não pense, não hesite.


Nunca existiu,

estávamos errados desde os maias.

Aquário, essa mala sem alça

Essa alça sem mala.

Mas eu não quero existir,

quero sentir, sentir com os poros

entre os destroços da imaginação.


Salvador Dali, tenha misericórdia

dos que estão aqui.


E se misericórdia é sentir com as tripas,

vamos cozinhar uma buchada.

Pois já diria Seu Nelson,

O que não é belo é um bucho.

E eu, eu ainda digo que estou cheia de gazes.


Que este afã das palavras vãs

queima o bucho, as tripas, a mente

a mente que nunca teve a pretensão de ser sã.


A mente frita e engordura os ares.

passado, pelas 10:07

3 Comments:

At novembro 16, 2006 12:39 PM, Blogger Daniel Duende disse...

não...
o signo de aquário não existe.
ele se inventa todo dia,
conforme dá na veneta...

 
At novembro 16, 2006 3:39 PM, Anonymous Anônimo disse...

Embuchou, né.

 
At novembro 16, 2006 11:38 PM, Anonymous Anônimo disse...

e o escorpião, meu bem?

 

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