No bucho, um aquário de reticências.
Você me pergunta:
Pra quê tanta aventura?
Porquê, porquê eu quero
um filme surrealista?
Eu quero.
E ponto.
Ponto não, reticências, vírgula.
Asteriscos, aspas, parênteses.
Um novo alfabeto, parente
do Cirílico.
Não ligo.
Ligo para o psiquiatra, só há data
para um mês.
Neste mundo só tem vez
a loucura.
Desligo.Você liga.
Acha que tenho cura.
Você não pergunta, determina
que eu preste atenção,
que esta não é a estética.
Eu, antes autista que sem consideração,
leio em uma revista,
de estética piauiense,
que o signo de aquário não existe.
Não insista, não pense, não hesite.
Nunca existiu,
estávamos errados desde os maias.
Aquário, essa mala sem alça
Essa alça sem mala.
Mas eu não quero existir,
quero sentir, sentir com os poros
entre os destroços da imaginação.
Salvador Dali, tenha misericórdia
dos que estão aqui.
E se misericórdia é sentir com as tripas,
vamos cozinhar uma buchada.
Pois já diria Seu Nelson,
O que não é belo é um bucho.
E eu, eu ainda digo que estou cheia de gazes.
Que este afã das palavras vãs
queima o bucho, as tripas, a mente
a mente que nunca teve a pretensão de ser sã.
A mente frita e engordura os ares.
passado, pelas 10:07
3 Comments:
não...
o signo de aquário não existe.
ele se inventa todo dia,
conforme dá na veneta...
Embuchou, né.
e o escorpião, meu bem?
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