corrupta com requintes me deixa o teu amor.
[ana cristina cesar]
Contam que naquela cama, um dia, cometi um crime.
Há muito corrupta, não pude perceber a impureza do fato. Com requintes de puta me condenaram: choquei todos os ovos enquanto fritava os meus. O falo que nunca tive me foi tomado e no lugar colocaram desafeto. Desafeto gratuito quando nada pedi além de engano.
Os indícios foram duas línguas cruzadas e humores impossíveis de estancar. O delatante foi quem sabe o mesmo que me ouviu gritar. E de dia vestiu a carapuça da valentia e esqueceu das pratas e agonias.
O que aqui se faz é pago em outro lugar. As cortinas têm listras e, temendo reincidência, durmo na única cadeira da cela. Ela é o centro da minha espera. A de um dia ser desejo além do segundo que dura qualquer gozo.
passado, pelas 21:24
5 Comments:
A impureza do fato.
sua cara mesmo...
um tapa.
Lindo Carô Verde.
não é detenta;
só comete poemas :~
passado
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