3.10.06

Trama

Porque a vida é mesmo sair de um pano para o outro. Na segunda, seda rasgada, vem cá que eu te quero. Na terça, o brim começa a pegar, aperta ali e aqui. Quarta, com um quarto da saia e alguma cambraia, põe a mão entre as pernas senão aparece a calcinha - a margarida. Índiga quinta, um jeans no melhor estilo blue, terapia de botões que não abrem. E malha pra sexta, que ninguém agüenta tanta etiqueta, mais vale uns retalhos na mão do que lãs voando. Não me engana: sábado é tafetá, pra perder a compostura e cair de boca, mas com classe. Antes era dia de Deus, mas de celeste só sobra o cetim e um domingo de dar pena às asas dos anjos. Na próxima encarnação quero vir sintética, cem por cento poiléster. Com sorte arranjo algum elastano e fico feliz pra sempre, na ilegalidade do algodão. Porque a vida é mesmo pular de um palco para o outro.

passado, pelas 21:27

3 Comments:

At outubro 09, 2006 11:45 PM, Anonymous Anônimo disse...

Pano pra manga.

 
At outubro 10, 2006 1:23 AM, Anonymous Anônimo disse...

E pensar que um cafézinho amargo inspirou isso...
É, os meios justificam o fim
de textos meio bons.

 
At outubro 15, 2006 3:41 AM, Anonymous Anônimo disse...

e não são texto meio bons, são bons inteiros. Foi mal Carol, a insônia e os cafés impuros fazem isso...

 

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