Se fosse um filme
Se fosse um filme cinemão
No meio do caminho de chuva
Sem pedra
Teríamos nos encontrado
Quimera
E dado aquele sorriso branco-ternura
De gente que tem vidão
E ainda assim
A vida caberia num quadro
Tão clássico
Que não tem fim
Se fosse um filme noir
No meio de nós dois cairia
Uma chuva de pedra
Eu me embriagaria
Quimera
Você partiria
A chuva não teria fim
E a vida amanheceria nublada
De ressaca
Cinza, enfim
Se fosse um filme surrealista
Eu observaria a chuva
Intimista
E do meu olho cairiam
Lágrimas de pedra
Quimera
Você seria caolho de tanta usura
Quimera
O tempo viraria dinheiro sujo
Rasgado
Diante dos nossos olhos duros
Prosados
Sem começo, meio ou fim
Se fosse um filme amador
A câmera na mão
Filmaria a chuva
Na cabeça, uma idéia e uma pedra
Pouca produção
Pouca compostura
Quimera
Choveria dentro de nós
Até quando a chuva e a fita acabassem
Dois amadores a sós
Deixariam que o filme queimasse?
Se fosse um filme institucional
A chuva caberia em um disco
Sem risco
Eu sentaria à sua frente
De cabelos e alma lavados
Não seria contundente
Não seria passional
E seríamos poupados
De encarar
As próximas eleições
De acreditar
Nos próximos leões
No próximo filme,
Não votemos em legendas
Voltemos às entrelinhas.
passado, pelas 19:19
10 Comments:
Neste mês o expresso completa um ano.
Insano.
E ainda tem muito filme pra rodar...
E se fosse de verdade?
[Aí analisaremos os sentidos práticos e empíricos]
mergulha.
porque o sal faz arder, mas cicatriza as feridas.
se fosse um programa culinário
fáriamos bolinhos quimeras.
ai gostei tanto
se fosse um curta
chuvapedraquimera
osdoisfim
é juliane por juliane, sem qualquer disfarce.
ai meus deus! postado às 19:19!
se fosse uma comédia romântica a quimera e o caolho de usura ficariam juntos no final.
sobem os créditos e uma lágrima cai dos olhos da velhinha na platéia.
eu não sou anônima! sou a shiquita bacana lá da martinica.
vi na borra do café que não é juliane não.
é um tal de café amargo (o velho e bom preto).
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