20.2.06

Num Tropeço

Sufocado, novamente na rua, do lado errado
Esperando um ônibus que já passou
Mal sabia eu
Há tanto tempo
Tanto aconteceu
Há tanto tempo que o próprio tempo se perdeu

Quando o inevitável
Era ainda só possível
Quando o passado era promessa
O presente era uma crença
E eu mal sabia de mim
Menos ainda que seria assim
Não falo somente da barba
Falo das pessoas que não sou
Dos lugares que não vi
Do passado no papel
Da imagem empoeirada
De uma escola demolida
E de veneno de barata

Um dia, de tropeço
Caio em mim e penso
Não abri meu pára-quedas
A inalienabilidade do ser
Com a profundidade do espelho

Que reflete, mas não pensa
Do curinga, que encena, mas não é


Ice Coffee

passado, pelas 19:09

8 Comments:

At fevereiro 21, 2006 3:04 PM, Anonymous Anônimo disse...

Eu caí nesse tropeço.

 
At fevereiro 21, 2006 3:04 PM, Anonymous Anônimo disse...

Eu caí nesse tropeço.

 
At fevereiro 22, 2006 1:21 AM, Anonymous Anônimo disse...

Do curinga que enseja, mas não dá pé

Eu tenho textos, Marcus, por favor, ajude-me a exorcizá-los.

Amorosamente amarga, profissionalmente doce.

 
At fevereiro 22, 2006 3:06 PM, Anonymous Anônimo disse...

é sempre num tropeço que a gente percebe que não se pertence. depois esquece.

até chegar o dia em que outro passo em falso acabe em queda.

e sem pára-quedas é queda livre.

 
At fevereiro 22, 2006 11:29 PM, Blogger Soneca disse...

Belo triste texto. Mas, enfim, nunca somos tudo o que podemos ser. E tropeçar é bom. Pelo menos até chegar ao chão.

 
At junho 12, 2006 4:52 PM, Anonymous Anônimo disse...

Se o seu ser fosse alienável, por quanto vc venderia?

 
At junho 21, 2007 10:01 PM, Blogger Esperar & Inesperar disse...

Inalcançável Futuro Inescapável

Passado Eterno

Promessa Etéreo

 
At maio 01, 2008 3:54 PM, Blogger passado disse...

vai pro expresso 333, claro, também um texto dos tempos áureos (pra vc ver que o buraco é só um ponto de vista, né?)

 

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