Sufocado, novamente na rua, do lado errado
Esperando um ônibus que já passou
Mal sabia eu
Há tanto tempo
Tanto aconteceu
Há tanto tempo que o próprio tempo se perdeu
Quando o inevitável
Era ainda só possível
Quando o passado era promessa
O presente era uma crença
E eu mal sabia de mim
Menos ainda que seria assim
Não falo somente da barba
Falo das pessoas que não sou
Dos lugares que não vi
Do passado no papel
Da imagem empoeirada
De uma escola demolida
E de veneno de barata
Um dia, de tropeço
Caio em mim e penso
Não abri meu pára-quedas
A inalienabilidade do ser
Com a profundidade do espelho
Que reflete, mas não pensa
Do curinga, que encena, mas não é
Ice Coffee
passado, pelas 19:09
8 Comments:
Eu caí nesse tropeço.
Eu caí nesse tropeço.
Do curinga que enseja, mas não dá pé
Eu tenho textos, Marcus, por favor, ajude-me a exorcizá-los.
Amorosamente amarga, profissionalmente doce.
é sempre num tropeço que a gente percebe que não se pertence. depois esquece.
até chegar o dia em que outro passo em falso acabe em queda.
e sem pára-quedas é queda livre.
Belo triste texto. Mas, enfim, nunca somos tudo o que podemos ser. E tropeçar é bom. Pelo menos até chegar ao chão.
Se o seu ser fosse alienável, por quanto vc venderia?
Inalcançável Futuro Inescapável
Passado Eterno
Promessa Etéreo
vai pro expresso 333, claro, também um texto dos tempos áureos (pra vc ver que o buraco é só um ponto de vista, né?)
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