26.9.05

Diálogo para um cedo

- Nem parecia dia e já espiava a fresta da telha (...) querendo montar a garupa da memória,
para vez outra habitar-se mudo (...) como fosse acordar e permanecer-se...
- Vejo raso, fundo parece vezo!
- Mas todo fundo é lasso!
- Se for passo...
- Passa!
- Não, volte aqui minha ausência, deita o colo do passado, que passa...
- E a fresta no telhado convidando o pó para espalhar a luz que passa!
- Olha lá!
- Sabe, é perigoso permitir-se em olhar...
- Cerre-se, para soabrir a alma!
- Onde se está assim?
- Assim a luz é dentro só e não sairei daqui...
- Cá, sair é tão estreito!
- Estreito como o canal da uretra, que bem poderia ser mais ancho e caber-me (...) assim esse caprichoso propósito de verter não me roubaria o ócio (...) levantar-me?
- Por isso, talvez, os mais astutos deixem os urinóis em vigília...


Célio Pedreira

passado, pelas 19:23

3 Comments:

At setembro 27, 2005 11:24 AM, Anonymous Anônimo disse...

Com todo o respeito, o Célio é foda...
Por isso que a Carol é assim do jeito que é, né?
aguardem mais convidados especialíssimos.

 
At setembro 27, 2005 11:29 PM, Anonymous Anônimo disse...

e quanto mais o tempo passa

mais poesia no dia-a-dia você fisga

meu parachoques!

amo-te

 
At setembro 29, 2005 4:53 PM, Anonymous Anônimo disse...

Muito grato pela força... quando desejarem um novo textim é só fazer um Oi!
Com afeto
Célio Pedreira

 

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